quarta-feira, 18 de julho de 2007

Um Triste Espelho da Realidade dos Céus Brasileiros


Mais uma tragédia, mais uma vergonha, mais um pesar. Ontem aconteceu o que muitas pessoas já previam, um avião da TAM não conseguiu frear na pista do aeroporto de congonhas e acabou se chocando contra o prédio da TAM Express, depois de cruzar a Avenida Washington Luís, em São Paulo, deixando mais de 180 mortos.
Há muito tempo em que o tráfego aéreo do país está um caos, falta controladores, falta infra-estrutura e falta investimento, e em menos de 10 meses acontecem dois acidentes aéreos sem nenhuma chance de sobrevivência dos passageiros à bordo. Antes era uma vergonha nacional, hoje, um terror. A Infraero tinha á disposição uma verba de R$ 530 milhões de reais para invertir no aeroporto de Congonhas e uma dúvida:
Onde investir esse dinheiro? As alternativas: A pista ou o terminal. E o que a Infraero escolheu? O terminal. A infraero decidiu investir no terminal porque o número de passageiros aumentou muito nos últimos anos, mas, se o número de passageiros aumentou, logicamente o número de vôos também aumentou, e ela não achou necessário investir na pista que estava em condições precárias? Será que nenhum ser pensante teve esse reciocínio lógico na hora da tomada de decisão?
Pelo que vimos nessa terça-feira ás 18:50 (horário do choque do avião) não. A Infraero prefiriu optar pelo terminal para conseguir mais contratos com as empreiteiras e consequentemente desviar mais dinheiro público para os cofres privados. Além do mais, para que que se precisa de "grooving" (efeito usado nas pistas dos aeroportos para prevenir o acúmulo de água na pista, agindo como um anti-derrapante para o avião) quando temos um belo e enfeitado terminal para passageiros?
Terminal é a palavra. Terminal é o estado das vítimas do acidente que nem conseguiram chegar até o Terminal do aeroporto (triste paradoxo). Terminal é a inóspita e deplorável frase da nossa ministra do turismo, Marta Suplicy. Terminal é o estado da minha esperança. Terminal é a situação em que chegamos.
E só o que nos resta é esperar para mais um breve circo e depois nunca mais ouvirmos falar no caso, como no acidente da Gol em setembro do ano passado. Tudo sempre é facilmente esquecido pela grande mídia, e não por acaso, todos abafam ao máximo as evidências para conformar um grande número de brasileiros que são facilmente influenciados pela grande mídia, e isso só acontece porque há um grande interesse dos poderosos de manter a coisa assim.
E nós? O que nos resta?
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Lamentar, arquivar e se rebelar.

Um comentário:

Bruna Rodrigues Ribeiro disse...

Olá! Fiquem á vontade para postar!!!